A palavra logística foi utilizada, inicialmente, pelas forças armadas para descrever o movimento, a manutenção e o suprimento das tropas. Também a utilizou para traçar a estratégia de ataque nas guerras e combates. Logística serviu para descrever a gestão, o fluxo dos suprimentos de matérias-primas e produtos acabados. Com a evolução dos tempos ela passou a ter uma abrangência maior, iniciando com planejamento logístico, seguindo-se pelo transporte, recebimento, armazenamento, alimentação do processo produtivo e distribuição. E a partir deste momento o conceito utilizado é o de Logística Integrada, uma vez que envolve processos empresarias e sistemas que aumentam a eficiência das empresas, expandindo seus resultados.

Na atualidade a gestão eficiente da logística é cada vez mais importante, pois os altos custos associados a cadeia de suprimentos, como um todo, são o que se denomina de working capital (capital investido) para garantir que os produtos cheguem aos consumidores finais no tempo contratado. E como estamos em uma economia global de mercado os consumidores estão cada vez mais exigentes. Este e’ um dos motivos que faz com que a logística integrada assuma uma dimensão crucial nas empresas. Junto a este fato temos a evolução industrial conhecida como Industria 4.0.

E como consequência surge a Logística 4.0, que e’ a evolução da logística, tradicionalmente, conhecida e agora acompanha esta revolução industrial 4.0. Esta nova fase da logística demandara uma nova atitude dos atores (gestores, operadores logísticos) envolvidos no processo, pois buscar a máxima eficiência, reduzir custos, otimizar recursos e reduzir tempo de trânsito são conceitos superados. A política de estoque zero, a aplicação de ferramentas como just in time, com visão completa de toda a cadeia de suprimentos, a informação em tempo real é primordial. Todavia, a diferenciação acontecera no momento em que se conseguir a antecipação de como dispor dos recursos de forma a garantir que os clientes se sintam completamente atendidos. Isto demandara cada vez mais dos profissionais de logística, pois vivemos em um mundo que muda constantemente. Com isto surgi um novo ingrediente que se chama VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity).

A visão de um mundo com mudanças cada vez mais rápidas (volatility), onde a volatilidade nos conduz a adotar uma nova estratégia de buscar a adaptação ao novo e a evitar a reatividade. A tirar o melhor que o momento pode nos oferecer. Conceitos validos por décadas serão atualizados, tempo de trânsito, modais de transporte e formas de estocagem também. O inesperado passa a ser o que devemos esperar, pois somente com a mudança na forma de pensar (mindset) e’ que se conseguira seguir adiante. Seremos conduzidos para uma falta de previsibilidade (uncertainty) sobre o futuro, dados atuais não, necessariamente, servirão para determinar as próximas tendências na medidas que as mudanças são cada vez mais rápidas. E não existe a previsibilidade, a gestão logística precisara se valer de mais recursos para estar a frente do que se precisa. Um exemplo disto são os carros autônomos e que não utilizam combustível fóssil. Este projeto está mudando a direção do mercado automobilístico. Os veículos já estão em testes por grandes fabricantes na Europa e trouxeram desafios para logística. Os caminhões também em teste não precisarão de motoristas e terão eficiência maior que a atual, com um custo menor.

A complexidade (complexity) está diretamente ligada a conectividade, ao uso de inteligência artificial e digitalização, pois em ambientes complexos lidamos com situações não lineares e este fator dificulta nossa reação. O uso da tecnologia com IA (inteligência artificial) se tornara na próxima década tão comum quanto a acionar a TV com controle remoto. A analise da relação causa e efeito será muito constante, contudo, isto nos conduzira em alguns casos a ambiguidade (ambiguity), pois nem todas as informações ou evidencias serão suficientes para determinar o resultado que se busca. Existira uma base cada vez maior de dados, mas isto não será o suficiente. Fazendo com que o profissional tenha que utilizar do seu sentimento (feeling) para tomar decisões.

No Brasil com a economia ainda em recuperação e a necessidade de criar diferenciais competitivos, as empresas precisarão contar com profissionais multitarefas que tenham uma visão ampla de todos os processos. E consigam propor soluções que ajudem a reduzir custos e tornar as operações em geral mais eficientes. Os profissionais da logística estarão, diretamente, envolvidos neste processo. A oportunidade de sair a frente, do que o mercado demanda, com aplicação de conceitos conectados com a nova economia aumentando a lucratividade e agregando valor ao cliente, serão fatores de diferenciação no mercado.

Em resumo a logística 4.0, o VUCA e o novo profissional logístico serão fundamentais para garantir que se obtenha uma visão critica das condições que as organizações precisarão ter para sobreviver, em um mundo com grandes desafios, aproveitando as oportunidades e inovando constantemente.