Enoc Maia – Pensamento Enxuto
Enoc Maia
Gerente de Manufatura e Qualidade
Elsys | SVA | Philips
O que é o “Pensamento Enxuto”?
Filosofia gerencial baseada baseado no Sistema Toyota de Produção (TPS):
- Busca, continuamente, a eliminação de Desperdícios por toda a empresa (área industrial e administrativa);
- Processo de cinco passos: definir valor do Cliente, definir o fluxo de valor, fazê-lo “fluir”, puxar a partir do cliente e lutar pela excelência;
- Filosofia de gerenciamento que procura melhorar continuamente a organização de forma a atender as necessidades do cliente no menor prazo possível, na mais alta qualidade e ao mais baixo custo (QCD – Qualidade, Custo e Delivery/Entrega);
- Melhoria através das pessoas – De uma forma geral, os processos industriais variam muito pouco de uma empresa para outra, desta forma, o grande diferencial é ter um grupo de pessoas bem capacitadas, comprometidas e trabalhando em um ambiente harmonioso;
- Pilares: Just-in-time (JIT), Jidoka (pilar da qualidade). É o Heijunka como base (processos estáveis e nivelados – fazer um pouco todos os dias para não ter que fazer tudo em um único dia).
O que e quais são os Desperdícios?
Desperdício é tudo o que não agrega valor ao produto e, portanto, o cliente final não está disposto a pagar. São eles:
- Defeitos: anomalias que acontecem nos processos; desvios; diferença em relação ao especificado;
- Estoque em excesso: isto significa dinheiro parado; área maior para armazenamento; perigo de tornar-se obsoleto;
- Processamento em excesso: coisas realizadas em excesso, fora do tempo adequado, repetidas por outras pessoas;
- Superprodução: produção realizada em quantidade maior que o necessário; desperdício de mão de obra; antecipação de uso de materiais e máquinas;
- Movimentação: movimentos inadequados; ergonomia incorreta; fluxos inadequados de processos;
- Transporte: transporte inadequado de matéria-prima, subconjuntos, produto acabado, insumos, etc.;
- Espera: falta de balanceamento entre operações fazendo com que as pessoas fiquem esperando serem completadas as atividades no processo anterior; falta de eficiência;
- Intelectual: o desperdício intelectual ocorre quando a organização não busca contar com as ideias dos seus colaboradores para melhoria dos processos e produtos, através de caixas de sugestões, grupos de melhoria, grupos de projetos, círculos de controle de qualidade, etc.
O que é Heijunka?
A palavra que melhor exprime o que é “Heijunka” é “Nivelamento”.
- Nivelamento do tipo e da quantidade de produtos ou serviços a serem feitos durante um período fixo de tempo;
- Isso permite que o processo atenda eficientemente às exigências do cliente, ao mesmo tempo em que evita acúmulo de tarefas, reduz custos, mão-de-obra e lead time (tempo de execução da atividade) em todo o fluxo.
Heijunka é a base do Lean Manufacturing. É desenvolvido também com a utilização das ferramentas: Gerenciamento Visual, Operação Padrão, MFV, TPM, PDCA, 5S, Set up Rápido, Lean Office, Cell Design, GBO, estas ferramentas executam melhorias em processos, tornando-os estáveis e padronizados.
O que é JIT (Just in time)?
Como o próprio nome diz, o JIT consiste na entrega apenas do que é necessário (no tempo certo e na quantidade certa). O JIT baseia-se em 3 elementos operacionais:
- Tempo takt: é a frequência com que um processo produzirá um produto (exemplo: 1 telefone celular/ 10 segundos), baseado na quantidade necessária para atender à demanda (vendas). Seu objetivo é que a cada tempo takt seja disponibilizado um produto para o cliente;
- Fluxo contínuo: fazer uma tarefa a cada vez, sendo esta passada imediatamente ao processo seguinte, eliminando-se estoques intermediários e esperas;
- Sistema puxado: significa que será feito somente o que o cliente precisa e na quantidade que ele deseja, evitando-se estoques desnecessários.
O que é o Jidoka?
Jidoka é o pilar da Qualidade. A palavra que exprime melhor seu significado é “Autonomação”. Veja que é diferente de automação.
Autonomação é dar inteligência ao sistema, parametrizando-o para que ele monitore a si mesmo e que tome a decisão de parar de funcionar quando acontecerem desvios (defeitos, anomalias). O exemplo mais antigo que se tem de autonomação está relacionado às máquinas de “tear japonesas” da primeira metade do século XX. Elas estavam parametrizadas para pararem de funcionar quando um fio quebrasse. Isso evitava que os tecidos tivessem falhas.
Um exemplo mais atual de autonomação são as máquinas de inserção automática de componentes eletrônicos em placas de circuito impresso. Ao haver a falha de inserção, as máquinas param para que o componente seja inserido manualmente.
A autonomação está relacionada:
- Inspeção na fonte: previne a ocorrência de desvios em grande escala, controlando as variáveis que implicam na qualidade do produto bem próximo à sua execução. Controlar significa monitorar ações.
- Auto-Inspeção: Significa que após a execução de uma atividade, a própria pessoa que a executou deve fazer um check (verificação) para ter certeza que a mesma irá passar para a fase seguinte isenta de imperfeições.
- Inspeção sucessiva: Consiste em receber o produto ou subconjunto da etapa anterior e, antes de executar a sua atividade, fazer uma verificação a saber se todas as fases da etapa anterior estão corretas. Em caso positivo, executa-se a tarefa posterior. Em caso negativo, devolve-se ao processo anterior para proceder as correções necessárias.
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17/04/2020