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Michely Martins – Renascimento do RH

Michely Martins

HR and EHS Manager

Federal Mogul | Voith

Publicado em: 28/07/18

Eu sou de uma geração em transição, nasci em RH bem no meio das transformações que hoje vimos com tanta clareza, mas que a 15 anos atrás foi uma verdadeira batalha de adequação e aceitação.

Eu também tive a minha fase de entender que RH era a área da empresa que fazia festas, almoços especiais e dava presentes para os filhos dos funcionários – olha que legal trabalhar fazendo isso!

Foi com esse pensamento e pé que enveredei pela área e não precisei de muito tempo para enxergar a primeira transformação.

A crise de 2008/09 nos arrebatou como um tsunami de coisas ruins e necessidade urgente de mudança no qual não estava preparada.

Me lembro que quando sentava com alguns colegas “estratégicos” de empresas (colegas que obviamente não eram de RH) e perguntava do day after crise, eles citavam todas as áreas e na parte do RH, “ah no RH ficou uma menina lá pra dizer que tem…”.

Sim, eu vi o falecimento de uma área e como toda morte, chorei, sofri e pensei em mudar para áreas que me trouxessem uma nova perspectiva.

Mas RH é propósito, meta de vida (meus colegas estarão balançando a cabeça afirmativamente nesta hora, rsrs) e não se larga o osso assim não. Também é do meu perfil a reflexão na atuação e desta forma, assim como a geração que estávamos inseridos, nos agarramos no propósito e na dura tarefa que tínhamos dali pela frente – trazer o RH para uma posição estratégica e sim, porque não, sentar na mesa das tomadas de decisões, influenciar o negócio, ser combativo e principalmente, renascer. Receber a herança da geração passada e adequar ao novo momento, unirmos forças – todos os RH’s, independente do negócio, da especialidade, sempre tinha alguma boa ideia ali ou a máxima de que vários pensam melhor que um. Fazer, mas também planejar a atuação, o tempo estava cobrando isso, aliás, já nem tínhamos mais tanto tempo…

Que conflito sentar nas mesas de reuniões com os “estratégicos” e emitir opinião, pensar fora da caixa e… dizer NÃO, sim aprendemos a dizer NÃO!

Que conflito maior ainda, mostrar para os nossos clientes internos que a empresa precisava ser estável, rentável e que algumas ações impopulares eram necessárias.

Que conflito sairmos do papel de “bons/boas garotas” sempre com um sorriso no rosto para portadores de más notícias.

E no último suspiro, sobrevivemos. Mal sabíamos o que estava por vim e que em meio a gerações Y, indústria 4.0 teríamos uma mega crise para nos assolar.

Eram tantas questões, tantas famílias, empregos, inclusive o nosso.

Estávamos ali, fortes, combatentes, frenéticos no pensamento de adequação, mas confiantes que passaríamos pelo momento mitigando ao máximo os impactos. Nos unimos, conversamos, pedimos ajuda, apoio, bolamos estratégias e principalmente, compartilhamos. Chamem do que quiser, encontros, benchmark, etc… eu prefiro chamar de UNIÃO.

Nos unimos no propósito e foi bonito de ver, tínhamos os mesmos olhares de tensão, as mesmas aflições, mas nos sentíamos apoiados.

É nessa união que estamos firmando nossa atuação e planejando o que virá, não tenho dúvidas que estamos atrasados em algumas ações, que estamos longes daquilo que almejamos como profissionais, que não conseguiremos fazer tudo que é necessário e assim como tivemos nossos atropelos, os que virão também terão.

Não importa, se estamos aqui é porque nos deixaram heranças e também deixaremos a nossa.

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